Aniversário de São Paulo: encontro traz perspectiva indígena sobre fundação da capital paulista
No dia em que se celebra os 471 anos de São Paulo, MCI convida Karaí Djekupe para abordar histórias de povos indígenas que habitam e habitaram espaços da cidade; participação é gratuita com retirada de ingresso no site
PALCO COMMÚSICA
1/23/20253 min ler


Ressignificar a fundação de São Paulo em seu aniversário de 471 anos será tema do encontro Terra Indígena Ontem e Hoje: conflitos e contradições na ocupação da cidade, neste sábado (25/01), às 10h, no Museu das Culturas Indígenas (MCI), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
Karaí Djekupe conduzirá uma conversa sobre territórios indígenas na capital paulista, ressignificações no processo de ocupação e construção da cidade. O encontro será uma oportunidade para refletir a reapropriação social dos espaços e explorar contradições que envolvem a constituição e a dinâmica cotidiana.Representante Guarani e Xondaro (“guerreiro/guardião”, em Guarani) na Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo (SP), Karaí Djekupe é graduando em Arquitetura e Urbanismo pela Escola da Cidade, integra o Conselho Aty Mirim, do MCI. É autor do livro “Cidades do bem viver”, em parceria com Sonia Guajajara, que nasceu a partir de uma palestra realizada no contexto do “Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea”, promovido pela Escola da Cidade, em agosto de 2022.
HISTÓRICO
A cidade de São Paulo surgiu a partir de uma missão dos jesuítas portugueses em 1554, com a formação do Colégio de São Paulo de Piratininga, atual Pateo do Collegio. A fundação da capital foi um processo de ocupação e exploração de terras já habitadas por povos indígenas.
Hoje, a capital paulista ocupa a 10ª colocação entre cidades brasileiras com mais populações originárias, segundo dados do IBGE (Censo de 2022). São mais de 19 mil indígenas, seis territórios delimitados que abrigam diversas aldeias e etnias, mas apenas 7% vivem nessas área.
E MAIS!
Artesãs e artesãos dos povos Bororo, Guarani, Huni Kuin, Pataxó, Fulni-ô, Guajajara, Terena, entre outros, comercializarão uma grande diversidade artefatos tradicionais na Feira de Artes Manuais Indígenas em exposição na área externa no MCI. Entre 9h e 18h, o espaço promoverá artistas a fim de incentivar, auxiliar e ampliar as oportunidades socioprodutivas e econômicas de pessoas indígenas.
Até 26 de janeiro, das 10h às 16h, quem visitar o MCI poderá jogar o Ninmangwá Djagwareté (“brincadeira da onça” em português), um tabuleiro com 15 peças que representam cachorros e uma onça.
A partida começa com onça-pintada capturando os cachorros e é finalizada quando os cachorros conseguem encurralar a onça. A onça pintada, peça central do tabuleiro, é um símbolo de resistência para os povos indígenas originários da Abya Yala (América), considerada uma “irmã” que luta ao lado e ensina o caminho de sobrevivência.
Na cultura Guarani, a relação com a natureza e as histórias dos povos originários são incorporadas na brincadeira, que contribui para a desenvoltura e agilidade ao tomar decisões, aumento da disciplina e da tomada de decisões, desenvolve criatividade e favorece a capacidade de resolução de problemas.
SERVIÇO
Aniversário de São Paulo | Terra Indígena Ontem e Hoje: conflitos e contradições na ocupação da cidade, com Karaí Djekupe
Data e horário: 25/01/2025, das 10h às 12h
Férias na TAVA: Ninmangwá Djagwareté
Data e horário: até 26/01/2025, das 10h às 16h
Feira de Artes Manuais Indígenas
Horário: das 9h às 18h
Todos as atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/
Foto: Leandro Karaí Mirim/acervo MCI