Em “Impermanência”, Luas Olivieri, ao lado de Tukum, desfaz fronteiras entre corpo, som e arte

Em debut solo, multiartista traduz essência de trajetória de 23 anos de criações, seis deles junto ao grupo musical Tukum

EXPEDIÇÃO COMMÚSICA

2/6/20252 min ler

a bird with a long tail tail and a long tail
a bird with a long tail tail and a long tail

Me espaço e me alargo… É assim, se derramando sobre a canção, que Luas Olivieri, multiartista e integrante do Tukum – Bando de Criação, apresenta seu primeiro single solo, “Impermanência”, obra que traduz a essência de uma trajetória artística de mais de 20 anos. A faixa conta com a participação especial do grupo Tukum, no clima íntimo da estrada que é casa de seus integrantes, e é tema do longa-metragem homônimo dirigido pelo cineasta Guto Neto, obra experimental baseada nas intersecções entre dança e teatro, corpo e arte. A faixa-poema tem lançamento digital marcado para o dia 07 de fevereiro, sexta-feira - escolha onde ouvir.

Com produção musical de Osanhuma, “Impermanência” surge leve, larga e potente, lembrando a MPB reflexiva de Lenine e mesmo a dança disruptiva de Pina Bausch. A música ganhou um novo sentido quando Guto Neto, depois de assistir a uma apresentação ao vivo de Luas, foi tocado pela poética da canção. Daí surgiu o convite para gravá-la como tema de filme marcando uma nova etapa para a obra. “Impermanência” é um convite poético à reflexão sobre os ciclos da vida e a transitoriedade. A música dialoga com o universo narrativo do filme, homônimo, que acompanha seis anos da trajetória do bailarino e coreógrafo Márcio Cunha.

A trajetória de Luas é marcada por versatilidade. Natural da periferia do Rio de Janeiro, hoje em São Paulo, é mestre em Estudos Contemporâneos das Artes e por muitos anos se dedicou intensamente ao teatro, atuando, dirigindo e escrevendo espetáculos, até fundar o Tukum, grupo interdisciplinar com ênfase em música, onde é instrumentista, canta e, sobretudo, compõe. Em 2023, lançou o livro de poesias "Patuá e pé na terra", reforçando a conexão com a palavra escrita e a literatura. Em boa parte dessa trajetória, Luas foi Bruno Olivieri. A mudança de nome nasceu do desejo de desvio dos marcadores de gênero masculino, acolhendo a pluralidade, o ciclismo e a fluidez que refletem seu perfil caminhante.

Tukum, que incorpora vozes e oferece a delicada densidade que “Impermanência” vai ganhando ao longo de sua audição, tem se destacado pela originalidade e excelência artística ao longo dos últimos seis anos. Com proposta interdisciplinar, que transita entre música, poesia e teatro, o bando conquistou reconhecimento e público crescentes. O grupo gravou dois álbuns autorais, dois singles e 12 videoclipes, além de figurar por importantes festivais e editais especializados. Entre as conquistas estão prêmios como o de Melhor Intérprete na Maratona da Música Firjan/Sesi (2023). Tukum também foi contemplado em editais como Qualicult (2021), Retomada Cultural RJ 2 (2022), Firjan/Sesi (2022 e 2023) e PROAC-SP (2021 e 2023).