Losermind e o universo inquieto de Haunted House
Banda brasileira com raízes californianas renova o pop punk nacional com autenticidade e intensidade emocional
EXPEDIÇÃO COMMÚSICA
5/1/20252 min ler


Formada originalmente em San Diego (EUA) e hoje com nova formação no Brasil, a Losermind vem se consolidando como uma das bandas mais promissoras da cena independente nacional. Agora 100% brasileira, a banda conta com Nando Roldan (baixo e voz), Leandro (guitarra e voz), Lucas (guitarra) e Carol Galindo (bateria), numa formação que traz não só novos rostos, mas também uma nova energia criativa, colaborativa e plural. Unindo o espírito do do it yourself com influências que vão de Blink-182 e The Damned até os dias dourados da MTV e da Vans Warped Tour, o grupo apresenta um som visceral, nostálgico e atual.
O álbum Haunted House, lançado pela Jazzly Records, é uma síntese potente dessa identidade. Gravado de forma artesanal por Nando Roldan — baixista, vocalista e fundador da banda — durante o isolamento da pandemia, o disco é um retrato cru e melódico de tempos turbulentos. Um diário emocional que explora temas como o medo, o luto, o trabalho exaustivo e o desejo de transformação.
Com produção, mixagem e masterização realizadas dentro do próprio estúdio da banda, Haunted House não é apenas uma obra musical: é um manifesto de autonomia criativa.
Agora, em parceria com a Marã Música, a Losermind dá início a uma nova fase. A proposta é expandir fronteiras e levar o som da banda a novos públicos, com mais presença nos palcos, nas mídias e nos espaços onde o pop punk e o rock alternativo se mantêm vivos e pulsantes. A Marã entra como parceira estratégica, permitindo que o grupo ganhe fôlego para focar na criação e nas apresentações, abrindo caminho para os próximos lançamentos já em produção.
O álbum se abre com faixas intensas e marcantes como Storm Without Calm, que captura a ansiedade dos dias de incerteza com lirismo e força sonora. A faixa se coloca como uma resposta simbólica à clássica Calm Before the Storm, do Fall Out Boy, estabelecendo um contraponto emocional que ressoa mesmo fora do contexto pandêmico. Com direção de Leandro Oliveira e roteiro assinado por Nando Roldan, o videoclipe da música traduz em imagens a tensão interna e a busca por respiro em meio ao caos — uma obra audiovisual que reforça a densidade do som da banda.
Já Overcome injeta otimismo no repertório, trazendo à tona a energia acelerada do punk rock californiano com um recado direto: há valor no processo, e há luz no fim do túnel. A surpresa da canção aparece nos versos finais, em português, que conectam o discurso da banda com sua realidade local e identidade brasileira.
Entre os momentos mais melancólicos e introspectivos, Damned se destaca por sua construção dramática e homenagens simbólicas — da citação direta ao título do álbum à reverência à lendária banda The Damned, além de referências à estética lírica de Heard That Sound, do MxPx. O videoclipe, dirigido e montado por Leandro Oliveira, mergulha no universo estético da faixa com cortes precisos e fotografia sensível, reforçando os temas de isolamento, saudade e esperança que permeiam a letra.
Com um pé na nostalgia e outro na inquietação contemporânea, Haunted House representa um ponto de virada na trajetória da Losermind. A banda se reinventa sem perder sua essência — e prepara o terreno para um novo capítulo que já está em gestação: um novo single, um novo videoclipe e um novo álbum a caminho.
Site oficial: www.losermind.com