Labirinto Feminino e Labirinto Imersivo discutem violência contra mulheres cis e trans em uma versão teatral e outra imersiva em realidade virtual
Com dramaturgia e direção de Gabriela Gama, espetáculos integram a programação do 31º Festival Mix Brasil e são apresentados de 9 a 19 de novembro no Teatro Sérgio Cardoso e no Museu da Imagem e do Som
Foto: Karen Malagoli
Com a missão de ensinar o público a identificar as diferentes fases do ciclo de violência contra mulheres cis e trans, os espetáculos Labirinto Feminino e Labirinto Imersivo, ambos escritos e dirigidos por Gabriela Gama, estreiam durante a programação do 31º Festival MIX Brasil, que acontece online e de forma presencial em vários espaços de São Paulo, entre 8 e 19 de novembro.
Em uma montagem teatral presencial, Labirinto Feminino é apresentado no Teatro Sérgio Cardoso (na Sala Paschoal Carlos Magno), nos dias 17 e 18 de novembro, às 19h. Já o espetáculo em realidade virtual (VR) Labirinto Imersivo pode ser conferido no MIS – Museu da Imagem e do Som, de 9 a 19 de novembro. Os dois trabalhos trazem no elenco Wallie Ruy, Gabriela Gama e Shirtes Filho.
Os espetáculos surgiram de uma investigação que o grupo deu início em 2018 sobre a Síndrome de Estocolmo e as violências contra as mulheres. A pesquisa resultou em uma performance chamada Núpcias, a história de uma noiva que se prepara para seu casamento enquanto vai contando as histórias de abuso que sofre por parte do noivo, mas ainda está feliz por realizar o seu sonho de casar.
"Fiquei impactada como essa história apresentada em looping fazia o público interagir e se indignar com a narrativa. A partir daí intensifiquei a pesquisa sobre o ciclo da violência, assim como a linguagem performática, principalmente durante a pandemia já que os números de agressões e feminicídios aumentaram no período. Então, surgiu o Labirinto Feminino em forma virtual em uma residência pela Lei Aldir Blanc. Compilei uma série de performances sinestésicas demonstrando como a violência perpassa por esse ciclo", conta a diretora e autora Gabriela Gama.
A peça Labirinto Feminino conta a história de duas mulheres, uma trans e outra cis, que estão prestes a casar com seus respectivos príncipes. Porém, o que aparenta ser uma relação amorosa e feliz esconde uma realidade bem diferente. Por meio de performances e monólogos intensos, a peça explora o ciclo da violência doméstica e como essas situações de abuso se apresentam de diversas formas.
Já o espetáculo imersivo em VR Labirinto Imersivo apresenta a história dessas mesmas mulheres após o 'Felizes Para Sempre'. Através de performances, o espetáculo explora o ponto de vista da parcela omissa da sociedade em relação ao ciclo de violência feminina.
"O texto é composto por performances que foram criadas a partir de cada estação desse ciclo da violência. Contamos essa história desde a mitologia, contos de fadas até os dias de hoje. Tudo foi pensado não só para ajudar a contar essa história, como a passar pelas estações do ciclo. A cenografia é minimalista, com um palco vazio que representa um espaço neutro e com elementos simbólicos que vai criando uma alusão de como vai ficando o psicológico de uma vítima de violência", revela Gama.
"A iluminação cria atmosferas diferentes ao longo da peça e ajudar de forma simbólica a destacar a transformação das personagens. Em contraste com esses momentos de violência, momentos de esperança e empoderamento são também destacados na iluminação", acrescenta a diretora.
A encenadora ainda conta que o espetáculo é uma resposta ao aumento absurdo de casos de feminicídio no Brasil. "Só no primeiro semestre de 2023, houve um aumento de 34% em São Paulo, assim como agressões, ameaças e medidas protetivas. São números de grande expressividade para serem ignorados. Por que querem nos matar? O que podemos fazer para mudar esse cenário? A peça foi pensada como forma de expor essa calamidade e de alerta, assim como uma tentativa de prevenção. Talvez, se conseguirmos reconhecer esses ciclos, seja uma das formas de libertar toda uma próxima geração dessa pandemia silenciosa", explica.
Ficha Técnica
Direção Geral: Gabriela Gama
Assistente de direção: Júlio Oliveira
Atores: Wallie Ruy, Gabriela Gama e Shirtes Filho
Iluminação e operação: Diego Chimenes
Sonoplastia e operação: Daniel Freire
Direção de Câmera VR: Yuri Reuter
Direção de Fotografia: Júlio Oliveira
Operação de Câmera VR: Tuca Moraes e Igor Ventura
Design VR: Jorge Groove
Design Gráfico: Shirtes Filho
Fotos: Karen Malagoli
Produção Executiva: Gabriela Gama
Executivo Comercial: Osvaldo Ortega
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção e Idealização: Faga's Produções
Serviço
Labirinto Feminino (peça)
31ª Edição Festival Mix Brasil – Dramáticas
Apresentações: 17 e 18 de novembro, às 19h
Teatro Sérgio Cardoso (Sala Paschoal Carlos Magno) – Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista
Ingressos: Grátis
Classificação: 16 anos
Duração: 75 minutos
Possui acessibilidade
Sinopse: Labirinto Feminino conta a história de duas mulheres (trans e cis) que estão prestes a casar com seus respectivos príncipes. Porém, o que aparenta ser uma relação amorosa e feliz esconde uma realidade bem diferente. Através de performances e monólogos intensos, a peça explora o ciclo da violência doméstica e como essas situações de abuso se apresentam de diversas formas, ao mesmo tempo em que discute a importância de combater os feminicídios e transfeminicídios que resultam na dizimação do empoderamento feminino.
Labirinto Imersivo (Realidade Virtual)
31ª Edição Festival Mix Brasil – MIX.XR
Apresentações: 9 a 19 de novembro
Terça a sexta: 13h às 19h
Sábado: 13h às 20h
Domingo e feriado: 12h às 18h
Museu da Imagem e do Som (MIS) – Avenida Europa, 158, Jardim Europa
Ingressos: Grátis
Classificação: 16 anos
Duração: 75 minutos
Possui acessibilidade
Sinopse: Labirinto Imersivo apresenta a história de duas mulheres (trans e cis) após o 'Felizes Para Sempre'. Porém, o que aparenta ser uma relação amorosa e feliz esconde uma realidade bem diferente. Através de performances, o espetáculo imersivo em realidade virtual explora o ponto de vista da parcela omissa da sociedade em relação ao ciclo de violência feminina e como essas situações de abuso se apresentam de diversas formas, ao mesmo tempo em que discute a importância de combater os feminicídios e transfeminicídios, que resultam na dizimação do empoderamento feminino.
Instagram: @femininolabirinto